Sentada numa pedra, observo o silêncio dos cactos e dos cristais espalhados ao meu redor.
De repente um som...
Como o um tambor que rufa ao longe, escuto o ritmo do meu coração e sinto forte pressão em meu peito.
A melodia que ouço é uma composição antiga, da qual conheço muito bem!
Saudades...
Sinto percorrer pela espinha um arrepio... Neste momento mordo meus lábios enquanto fecho os olhos, procurando o alivio da dor desta terrível solidão.
Levanto os olhos para a noite escura e me dou conta que há algo além deste triste sentimento, embora tudo que existe me parece vago e passageiro como as nuvens que há pouco eram volumosas e maciças, e agora, lentamente se desfazem dando lugar apenas a um cenário negro e vazio.
As estrelas se fizeram ausentes e a lua está pálida, sem vida.
Escuridão... Apenas o silêncio se faz presente.
Ainda que sobre murmúrios e lágrimas, o tempo não teve piedade de nós.
Fragmentos do nosso amor foi lançado ao acaso, sem destino certo.
O que me resta senão aguardar que a suave brisa desta noite envolva seu corpo como o toque das minhas carícias?
Procura-me assim como tenho te procurado.
Encontre-me através do sentir, assim como sinto sua presença mesmo tão distante...
Traga-me novamente o brilho da noite... Afaga-me em teu peito.
Saia dos meus sonhos...
Volte a ser minha outra metade, não mais como sombra do passado distante, e sim como reflexo do amor que ainda hoje pulsa em mim.
Mara Mello
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