"- Sabe, Anny, nunca se esqueça de sorrir e nunca se esqueça de como é ser criança.
- Mesmo quando eu for adulta? - ela indagou, confusa.
- Principalmente quando você for adulta - falou o rapaz. - Preste atenção no que eu vou lhe
dizer. A diferença entre os adultos e as crianças é que, quando crescemos, aprendemos a usar
palavras dificeis, achamos que entendemos tudo, aprendemos a nos distanciar dos sonhos e
fingimos, fingimos muito. Porque sempre nos preocupamos em manter as aparências, e não
em fazer coisas que nos deixam realmente felizes. Deixamos de nos encantar, de dar valor ao
que tem valor, de fazer o mundo ao nosso redor sorrir, e de sorrir de volta para ele. Não nos
permitimos fazer coisas diferentes, porque seguimos regras o tempo todo. Aí, cada vez mais
pensamos que podemos controlar tudo e a todos; e ensinamos as crianças, quando, na verdade,
elas é que deveriam nos ensinar.
- Como as crianças podem ensinar os adultos, Pepeu?
- É simples - ele continuou -, as crianças sabem o que realmente importa na vida, acreditam
nos sonhos e transformam tudo com pureza e sorrisos. Os adultos deveriam apenas se lembrar
de carregar tudo isso, mas sempre se esquecem. Aquilo que realmente importa é perdido ao
longo do caminho.
- Por isso você é assim, Pepeu? Um menino por dentro..."
Trecho do livro: Jogando Xadrez com os Anjos
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