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MARA MELLO

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Quem sou eu?


Como sabemos, nascemos e morremos só, por isso este é o nosso estado natural, vindo a nos relacionar acidentalmente, formando assim as sociedades. 
Porém, é necessários os momentos solitários com a finalidade de um mergulho profundo na nossa intimidade, e assim conhecemos a nossa verdadeira identidade, sem rótulos, sem conceitos, sem máscaras.
Pois é na sociedade, nos nossos relacionamentos,que escolhemos partes de quem somos. Digo partes porque a nossa totalidade não é aprovada, não é aceita. 
Em outras palavras, podemos dizer  que, o que acontece na sociedade é externo, não é o que o homem é na sua essência, é apenas a relação com os outros acontecendo numa seleção do que pode e não pode ser revelado.
Os relacionamentos são apenas o nosso lado de fora polido, o que nos faz esquecer ou ignorar quase ou, completamente quem somos nós no nosso intimo.
Pode parecer estranho, até absurdo, mas, assumimos a segunda identidade, esta formada em cima da versão que os outros tem sobre nós com base no pouco, e ainda polido, que revelamos sobre nós mesmos.
O mais interessante é que, até nossos consumos diários  alimentam esta segunda identidade.
Nós mulheres entendemos muito bem sobre esse assunto, e um bom exemplo deste comportamento é quando estamos cuidando da nossa vaidade. Tanto é verdade, que um simples corte de cabelo, ou uma cor de esmalte, normalmente é pedido a opinião de alguém, demonstrando precisar de alguma aprovação.
Estes aparentemente inofensivos gestos, não seriam graves se não fossem uma busca por consentimento, uma aprovação, evitando posteriormente qualquer comentário contrário.
Dificilmente a sociedade consegue viver sem rótulos, mas, facilmente a sociedade confunde 
 a diferença entre rótulo e identidade real, fazendo cobranças, tornando a vida de todos complicada e sem sentido.
Ninguém consegue sentir paz, ter uma boa auto estima, viver livre da ansiedade, quando vive desconhecido para si mesmo, sustentando estes tais rótulos.
Normalmente é demonstrado indignação com ponto de vista alheio, mas, não há quem está salvo de fazer o mesmo, rotulando as pessoas de acordo com seus os próprios conceitos.
Por causa destes tais rótulos, é comum acontecer ao longo da vida, algumas confusões que geram dificuldades aos homens de como viver bem em sociedade, e a grande pergunta se torna inevitável:
Quem sou eu?
Esta pergunta mostra a falta de conhecimento da pessoa sobre ela mesma,  e esta ignorância não pode ser resolvida por nenhum conhecimento que os outros podem lhe dar.
O que poucos sabem, é que as partes que estão encobertas,reprimidas, criam doenças, por isso, em muitos casos, a ajuda da psicanálise é importante.
Toda a psicanálise de Freud consiste em trazer para fora a parte escondida. Levam anos antes de a pessoa ser curada. Mas o psicanalista não está fazendo nada, ele está simplesmente trazendo para fora a parte reprimida. 
Simplesmente trazê-la para fora se torna uma força curativa.
O que isso significa? Significa que a supressão é a enfermidade. É uma carga, uma carga pesada.
A necessidade do ser humano é de confessar a alguém, de dizer, expressar; que alguém o aceitasse  totalmente. 
É isso o que significa amor: não rejeitar o ser.
O que quer que seja – bom, mau, santo, pecador – aceitar á todos na sua totalidade, é não rejeitar nenhuma parte.
 Eis por que o amor é a maior força curativa, ele é a mais antiga psicanálise. 
Sempre que amamos uma pessoa, estamos abertos a ela, e só por estar aberto, suas partes cortadas, divididas são religadas – Nos tornamos um.
Mas, até o amor se tornou impossível.
Ninguém tem muito interesse pelo verdadeiro ser. Assim surgiu a ajuda profissional.
O paciente paga alguém para ouvi-lo. E então entra ano, sai ano, ele o ouvirá todos os dias, ou duas vezes por semana, ou três vezes por semana, até acontecer a cura. 
Isto parece milagroso! Por que alguém pode ser curado só por ser ouvido?
O simples fato de alguém prestar atenção sem nenhum julgamento, pode dize qualquer coisa que esteja dentro. 
E só por falar, aquilo vêm à superfície e se torna uma parte do consciente. Quando você corta algo, proíbe algo, reprime algo, você está criando uma divisão entre o consciente e o inconsciente, o aceito e o rejeitado. Essa divisão tem de ser jogada fora.
Devemos permanecer atentos, cuidadosos a todo momento, a fim de observar quando estamos forçando os rótulos, prejudicando a identidade alheia, mas, para resgatar a própria identidade, podemos recorrer ao método mais milagroso por sua eficiência:
Permanecer um tempo na solidão
Todas as religiões dizem que o homem tem de entrar em retiro para conhecer a si mesmo. A pessoa não precisa ficar lá para sempre, isso é inútil; mas a pessoa tem de ficar em solitude por um tempo, por um período. E a extensão do período dependerá de cada indivíduo. Maomé ficou em solitude durante alguns meses; Jesus por somente alguns dias; Mahavir durante doze anos e Buda durante seis anos. Depende. Mas a menos que você chegue ao ponto onde você possa dizer “agora conheci o essencial”, é imperativo ficar sozinho.
Para o auto conhecimento é necessário que o homem passe algum tempo sozinho, mergulhando na sua profunda e total solidão
É importante deixar um pouco a sociedade, e isso significa deixar a situação onde a repressão se tornou inevitável.

Mara Mell

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